Sendo os pais os primeiros catequistas, é muito importante a sua participação em todas as actividades que se desenvolvem na paróquia, e em especial na catequese.
A bibliografia recomenda a realização de reuniões de pais, frequentes, ao longo do ano de catequese, mas essa tem sido a nossa (grupo de catequistas) grande falta nos últimos anos, que, contudo, temos vindo a tentar resolver.
A verdade é que, em anos anteriores, reuniões de pais só existiam nos anos das festas ditas importantes, ou seja 2º, 6º e, por vezes, 10º anos. Mas era notória a falta de articulação e de cooperação entre os catequistas e os pais. Por vezes, a sensação que tínhamos era a de os pais literalmente deixarem os filhos na catequese, aproveitando aquela hora para resolverem um ou outro recado. Queixávamo-nos, sentíamo-nos de certa forma de mãos atadas, mas a verdade é que esse era um grande problema na nossa paróquia. Em especial quando tentavamos transmitir às crianças a necessidade de participarem na Eucaristia, quando os próprios pais, seus modelos, não o faziam (ainda hoje essa é uma luta). Isso leva a uma outra questão, que não será aqui abordada (pelo menos hoje), a da necessidade de existir uma catequese de adultos.
Nos últimos anos temos tentado reverter esta situação, incentivando as catequistas a realizarem reuniões de pais, em todos os anos de catequese. A príncipio, e talvez por receio, falta de preparação, ou até mesmo timidez, a maior parte dos grupos de catequese realizava apenas uma reunião de pais, durante todo o ano. A experiência em alguns grupos foi frutificante, em outros nem por isso, mas a partilha que cada uma das catequistas apresentou ajudou a reconhecer as necessidades e as virtudes de um encontro entre pais e catequistas. Nestes encontros, os pais acabam por tomar conhecimento das dificuldades que por vezes sentimos. Os tempos são outros, as crianças também e por vezes é difícil responder às solicitações que nos chegam. Além disso, não podemos esquecer que ser catequista é um trabalho voluntário, não remunerado e que por vezes pode até acarretar alguma despesa. É um serviço que exige disponibilidade, para preparar as catequeses, para fazer catequese, para nos prepararmos, para nos actualizarmos, para estarmos ao nível da criança dos dias de hoje.
Este ano, para além das reuniões que cada grupo realizou com os pais das suas crianças, realizamos ainda uma reunião geral. Não foi tão participada como o desejado (atendendo ao número de crianças que estão inscritas na paróquia), mas foi um começo. Talvez a desculpa seja a falta de hábito de se realizarem este tipo de reuniões, talvez... talvez no próximo ano a participação seja maior... talvez o que precisemos é de incentivar os pais a participarem mais activamente (talvez seja mesmo a catequese de adultos).
Na passada sexta-feira reuni com os pais do meu grupo. Eu própria fico um pouco sem jeito ao falar com os pais, envergonhada. Ainda não me habituei a estar diante deles, é da minha maneira de ser, eu sei.
Das 40 crianças inscritas, apenas compareceram 10 pais. Fiquei desiludida, claro. Mas ao mesmo tempo, satisfeita por aqueles pais, por se interessarem pelos seus filhos, pela sua educação. Foi uma reunião animada onde lhes pedi colaboração. Expliquei-lhes o número elevado de crianças (embora em média apenas compareçam 30-35), a dificuldade de atender a todas, de lhes dar atenção, de as ajudar na memorização das orações, na aprendizagem dos gestos do Sinal da Cruz, falei-lhes ainda na importância das faltas na catequese, na participação na Eucaristia. Compreenderam, mostraram-se atentos nestas dificuldades, comprometeram-se a apoiar. Eles querem ajudar os seus filhos na descoberta deste novo Amigo, Jesus.
7 comentários:
Olá! que interessante coincidencia, tb eu com o meu grupo de catequista reunimos na sexta com os pais, partilho de todo desta tua opinião em relação aos pais, eles não são muito participativos, mas também afirmo que esta nas mãos dos catequistas incentivar esta participação dos pais, temos de os saber acolher e não estar sempre a repreender pela falta de interesse deles acredito que muitos deles não tiveram na sua infancia, adolescencia e juventude a alegria de conhecer Jesus Cristo e por isso não se entregam como se entregam os catequistas, temos que ter paciencia e esperança e começar a falar mais com eles, telefonar-lhes quando os filhos faltam pode ser o inico de uma boa relação, um abraço em JC
beatriz
A vida que levamos, por vezes leva a que a maioria dos pais de desinteresse, que aproveite essa hora para outras coisas mas, 1/4 dos pais foram, o que já não é muito mau, comparando com o caso da catequese do meu filho, onde as reuniões que houveram apareceram uma mão cheia de pais de mais de 30 crianças e, onde dessa mão cheia a maioria estava a olhar para o relogio a ver se a hora passava. Mas penso que o mal não é só nas catequeses, no ensino isso também se passa e mesmo até nas actividades extra-curriculares (desporto por exemplo) também só uma mão cheia é que comparece e tenta fazer alguma coisa. Penso que Deus vê isso e com isso, sinto que os nossos filhos também sentem o nosso apoio nessas alturas de presença em coisas, que para eles são significantes e para nós, por vezes, insignificantes. Como alguém um dia me dizia "As crianças sentem os gestos que os pais têm para com elas, (até os mais insignificantes), mesmo que não demostrem isso." Na verdade, já me dei conta do meu filho fazer reparos construtivos de coisas que fizemos (pais) e na altura parecia que ele não se apercebia.
Fica com Deus
Parabéns pelos pais que conseguiste que fossem...talvez da próxima vão mais...nunca fiques ...desiludida...pensa nisso!
beijitos!
Linda passando para te deixar beijinhos de boa noite e desejar um abençoado fim de semana.
fica bem. Fica com Deus.
Tudo o que fazemos para Deus é sempre reconhecido. Não desanimes.
Anita (amor fraternal)
Olá boa noite,
Fico muito feliz e contente por saber que não sou o “único” a pensar na importância que é ter os pais junto de nós.
Também sou catequista numa paróquia da cidade invicta, rica em actividades com crianças “catequese” , adolescentes “grupo de jovens”, adultos “encontros de casais”, etc…
E apesar de sentir que cada mais existe comunhão entre Jesus Cristo e o Homem, preocupam-me os pais… no meu volume temos adoptado por uma postura de presença com eles, mas nem sempre é fácil… como catequista sinto que tenho uma vocação e uma missão que passa muito pelos pais. Temos várias ideias para este próximo ano catequético 2006/2007. Se estiveres interessada em partilhar experiências ou ideias vai comentando. Um forte abraço em JC
Boa noite Anónimo.
Obrigada pela visita e pelas palavras.
É importante estas partilhas que se podem fazer entre as diferentes paróquias. Eu própria já tenho desenvolvido trabalhos com o meu grupo apartir de ideias de outras paróquias, de outras dioceses.
Gostava por isso de ouvir as suas sugestões. Ser catequista é partilhar!
Já disponibilizei o meu mail - no perfil e na barra lateral. Fico a aguardar.
Um abraço
olá querida paz e bem!
quero te dizer que tbm sou catequista e diversas vezes passei e ainda passo por isso na minha comunidade."mas esses dias estava atenta a missa de APARECIDA E O PE.FALOU QUE MUITAS VEZES ACONTECE O DESANIMO NA NOSSA CAMINHADA POR QUE ACREDITAMOS NA NOSSA PROPRIA FORÇA E ESQUECEMOS QUE JESUS É A NOSSA FORÇA ISSO ME DEU UM EMPURRÃO.BJS QUERIDA ADOREI PODER DEIXAR UMA MSG.
Enviar um comentário