· Peça a introduzir no presépio
· Para refletir
Levanta-te e vai, a tua fé te salvou!
Tal como o grão de trigo, também nós devemos passar por um certo número de renúncias e de esquecimentos de nós próprios, através do serviço, do acolhimento, do perdão. A «conversão» não é mais do que purificar-nos de tudo o que nos descaracteriza, do que não nos deixa ser o que na verdade somos. Tal exige que nos identifiquemos com o «grão» e com a «espiga», trabalhando por vencer o que nos impede de crescer e sermos o que Deus quer.
Quando uma pessoa está fechada em si mesma, perde o horizonte futuro, desvanece na sua bondade, perde a sua identidade, enfim, não chega a ser feliz. Mas, quando procura melhorar e converter-se, com o esforço e sacrifício de todos os dias, então vai ganhando a vida e vai afirmando cada vez mais o que é de verdade, dando testemunho.
O amor imenso de Deus é hoje o tema central e mais repetido das leituras que vamos escutar. É o amor imenso de Deus que nos explica o ministério da Incarnação – Jesus despoja-se da sua divindade e passa a ser um de nós, partilhando o sofrimento humano da morte na cruz. São João descreve tudo isto dizendo-nos: “Deus amou tanto o mundo”.
Ao lermos, refletirmos e rezarmos a Palavra de Deus, o que ela nos transmite e revela, ficamos com a certeza de que jamais o pecado poderá superar o amor imenso de Deus por todos e cada um de nós. E é esta descoberta que nos dá entusiasmo e esperança, alegria e conforto, apesar das dificuldades e dos sacríficos que nos aparecem ao longo do nosso caminho.
O relato do Evangelho de hoje convida à transformação do nosso coração, expulsado deste tudo o que nos mancha, como injustiças e maldades, e nos torna assim impuros.
Muitas vezes transformamo-nos em comerciantes na relação com Deus e com os outros. Fazer de «comerciante» com Deus significa pôr os nossos interesses por cima de todos os outros, até dos d’Ele. Fazer de «comerciante» com os outros significa aproveitar-se deles, manipulá-los e responder aos nossos interesses, sem respeitar a sua dignidade sagrada de serem, como nós, «templos de Deus». No fundo, é julgarmo-nos donos de tudo e de todos, procurando os lucros e as vantagens que nos possam trazer, desbaratando a Sua Palavra e os seus Mandamentos.
O «templo de Deus» que cada um é significa possuir em si o dom do Amor e, por sua vez, a capacidade de se doar e entregar por amor e com amor aos outros.
Deus convida-nos continuamente a subir, a estar com Ele, a experimentar a Sua presença, a escutar a Sua voz. Subir a uma montanha custa sempre, indica sacrifício e esforço. Mas não há vida cristã sem nos esforçarmos em subir até encontrar Deus e a Sua vontade. E para não nos cansarmos nem desanimamos devemos pôr o nosso olhar no final, naquilo que nos aguarda – a glória de Deus.
Saibamos, pois, aprofundar a nossa amizade com Jesus, vencendo os obstáculos que nos aparecem no caminho, com confiança n’Ele e no Pai. Porque, afinal, a meta de toda a pessoa humana é ver Jesus, é estar com Ele.
Na quarta-feira passada começamos solenemente, com toda a Igreja, o tempo da Quaresma. Para o vivenciarmos da melhor maneira, devemos ter presente que este não deve ser vivido só com gestos exteriores, mas com um testemunho e um compromisso sério, propício à conversão.
O evangelho de S. Marcos que vamos ouvir hoje fala-nos das tentações de que Jesus foi alvo no deserto. E é no deserto que Jesus tem de optar por Deus, pelo caminho que o Pai traçou para a sua missão.
Depois das tentações, a vida de Jesus só tem um sentido: fazer a vontade do Pai. Por isso, Ele começa a sua missão pregando a todos a conversão: «acreditai no Evangelho».
Esta conversão ao Evangelho a que todos somos chamados implica, por um lado, o empenho no seguimento da Palavra; por outro, aumentar o grau de confiança n’Ele e na Sua vontade, dando mais tempo à oração. É a fé que nos une e nos dá resistência perante as tentações do dia-a-dia. E por isso, nesta primeira semana, neste primeiro desafio, nós queremos acreditar!