Terminadas as férias, é tempo de recomeçar os nossos encontros de catequese.
É comum aparecerem poucas crianças no ano a seguir à realização da Primeira Comunhão. Digamos que é uma espécie de pausa, retomada no ano anterior à próxima grande festa - Profissão de Fé. Esta ideia muitas vezes nem é dos pais, mas sim dos filhos (crianças de 8 anos) que lhes dizem que já não querem ir mais à catequese. E eles é que mandam!
Mas é sempre bom reencontrar estes piolhos, que às vezes até parecem eléctricos! Apareceram 19! Um bom número se pensarmos que ainda foi o primeiro dia, e alguns ainda não sabem do novo horário; mas muito inferior aos 40 que fizeram a Primeira Comunhão em Maio. Confesso que não me importa, até prefiro assim, uma vez que este ano a S. não me irá ajudar, com grande pena minha, que assim perco o meu braço direito, uma amiga fundamental nesta árdua tarefa.
Para primeiro dia também não os quis maçar. Apenas recordei algumas regras, conversei com eles sobre as faltas à Eucaristia durante quase todo o Verão.
Fizemos um jogo - cada um escolhia um amigo presente na sala e sobre ele dizia uma característica. Depois, cada um pensava em Jesus e numa característica deste amigo tão especial, que escreveu num papel, sem mostrar a ninguém.
Infelizmente o tempo não deu para mais e o trabalho terá de continuar na próxima semana. A ideia será colar cada um dos papéis escritos à volta de uma imagem de Jesus, rodeado por um cartão com o nome de cada um. Como as peças de um puzzle, cada um é importante e pertence ao grupo de amigos de Jesus. A falta de uma peça deixa o puzzle incompleto; a falta de um elemento deixa o grupo incompleto!
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À noite tivemos a habitual reunião de catequistas e não se percebe como pode haver pessoas que se dizem catequistas e apresentam comportamentos pouco dignos disso. Ouve-se coisas impossíveis de se ouvir, não se trabalha para um bem comum, não se aceita que nem todos aceitem a ideia do senhor que se julga sabedor de tudo. E no fim ainda ouvimos frases cínicas, depreciativas do trabalho que vamos tentando fazer. Não é justo, e leva ao desânimo. Provavelmente é o que pretendem, que todas nós abandonemos e que eles assumam o controlo. Sim, apetece desistir. Caminhamos numa catequese paralela porque teimam em não aceitar o trabalho comum... Não querem participar; não concordam com as actividades que tentamos realizar; vivem para a imagem transmitida, vazia, oca, sem fruto...
Critica-se a falta de reponsabilidade, quando na verdade apenas foi um lapso, que em nada prejudicou o trabalho ou a pessoa, ouve-se críticas de quem nunca se oferece para fazer as tarefas, mas que apenas sabe apontar o dedo... E em tom de ameaça dizem: "Eu não venho mais à catequese!" Pronto, que não venha... Trabalha quem está disponível, trabalha quem quer...
Desculpem o desabafo, mas tinha de ser... Há coisas que não podem ficar cá dentro... Há coisas que precisamos falar para sentirmos o alívio de quem trabalha por amor a Jesus e às crianças que temos sob a nossa responsabilidade!