Ser Catequista é dar-se aos outros! Já aqui o disse, ou melhor, escrevi!
Não é fácil, e exige muito! Cada semana é preciso preparar o encontro, planear a melhor forma de chegar junto das crianças do nosso grupo, arranjar estratégias e recursos que as motivem para aprender. É preciso disponibilidade para o fazer, mesmo que por vezes tenhamos de fazer sacrifícios com a nossa família.
Quando iniciei a minha actividade, na minha paróquia existia o hábito de nos reunirmos semanalmente. Todas as segundas-feiras as catequistas juntavam-se, discutiam as diferentes situações e depois, em grupo, preparava-se as catequeses da semana seguinte: a da Infância e a da Adolescência.
Hoje as coisas são diferentes, e muito... As reuniões são mensais, sempre com imensos assuntos a tratar (os assuntos de um mês!) e a verdade é que pouco tempo sobra para nos juntarmos e prepararmos a catequese em grupo. Assim, apenas preparamos as actividades que são em comum, como por exemplo a actividade a desenvolver durante a Quaresma.
E o que mais irrita é sempre a atitude de pressa, desinteresse e enfado que algumas catequistas do grupo apresentam. O que mais irrita é ver que em vez de existir união entre nós, anda cada uma pelo seu caminho, incerto e por vezes inseguro. Irrita saber que o trabalho é sempre feito pelas mesmas, e mesmo quando se tenta dividi-lo, há sempre quem vire a cara para o lado, e se desculpe com o trabalho, com a família... Então, as outras não têm família também? Não trabalham? E são estas situações que nos vão derrubando e ao mesmo tempo questionando sobre a verdadeira razão porque somos catequistas.
Desculpem o desabafo, mas às vezes também é preciso (embora muito tenha ficado por dizer). Porque neste caminho também desanimamos, também nos sentimos cansados e queremos parar... desistir... Porque precisamos de apoio, e às vezes não o sentimos, não o temos...
E na caminhada da Quaresma chegamos ao 4º Domingo - Domingo da Luz
Quando Jesus cura o cego de nascimento (Jo 9, 1-41), Ele apresenta-se como a LUZ do mundo. Ele vem para nos ajudar a ver o caminho que vale a pena percorrer, para arrancar, de nós, as nossas “cegueiras”. Ser “cego” é não querer ser amigo de Jesus e amigo dos outros. Ter a LUZ é deixar-se iluminar por Jesus e encontrar o Amor que vem de Deus.
Oh Jesus ilumina-me nesta meu caminhar...